Instituto Brasileiro de Museus

Museus Ibram Goiás

Dom Cândido Penso | Exposição Fotográfica

Inaugurou-se no dia 20 de Setembro, no museu de Arte Sacra da Boa Morte, a exposição do acervo fotográfico de Dom Cândido Penso. A exposição segue aberta à visitação até o dia 15 de Outubro.

publicado: 28/09/2023 09h57, última modificação: 03/10/2023 17h19
Peças da exposição Dom Cândido Penso

Inaugurou-se no dia 20 de Setembro, no museu de Arte Sacra da Boa Morte, a exposição do acervo fotográfico de Dom Cândido Penso, Bispo Diocesano de Goiás de 1957 a 1959 e co-fundador do museu, com recorte sobre as populações indígenas com a quais ele teve contato durante o período em que foi Administrador Apostólico da Prelazia de Santana da Ilha do Bananal, posteriormente ampliada e convertida na Diocese de Goiás.

A exposição faz parte da programação da 17ª Primavera dos Museus, uma ação anual coordenada pelo Ibram – Instituto Brasileiro de Museus, com duração de uma semana, que visa mobilizar os museus brasileiros a elaborarem programações especiais voltadas para um mesmo tema, escolhido pelo próprio Ibram. O tema da 17ª Primavera dos Museus, em 2023, é “Memórias e Democracia: Pessoas LGBT+, Indígenas e Quilombolas”, e acontecerá entre os dias 18 a 24 de Setembro. É importante destacar que esse foi o primeiro ano em que o tema da Primavera passou por consulta pública, e foi escolhido a partir dos temas sugeridos pela comunidade. A exposição segue aberta à visitação até o dia 15 de Outubro.

Em uma contextualização de linhas gerais, Dom Cândido Penso viveu em um mundo que atravessou as Grandes Guerras Mundiais e suas consequências, serviu na junta de saúde durante a Primeira Guerra Mundial, assistiu aos conflitos resultantes da Guerra Fria. Chegou ao Brasil, junto com o Estado Novo, após 40 anos da chamada República Velha ou Primeira República e 7 anos de Governo Provisório, a chamada Segunda República. Acompanhou todo o caminhar da Era Vargas, iniciada em 1937.

Durante esse período, o bispo vivenciou muitas das ações políticas que transformaram o país e, que foram considerados símbolos do progresso, sendo a última vista por ele, a construção da atual capital federal, Brasília. Durante o período da Segunda Guerra Mundial, o bispo encontrava-se na Prelazia de Santana do Bananal, de onde foi nomeado Administrador Apostólico.

O projeto de Lei, da Câmara Municipal de Goiás, nº 366, localizado no arquivo da Fundação Cultural Frei Simão Dorvi, decreta no Art. 1º que é concedido ao Revmo. Dom Cândido Bento Maria Penso, Bispo Diocesano de Goiás, o título honorifico de “cidadão goianiense”. O título foi concedido em reconhecimento ao trabalho de investigação, conhecimento e documentação do território da Prelazia, realizado por Dom Cândido ao chegar à Cidade de Goiás. O material produzido, em fotografias preto e branco ou em slides coloridos, era utilizado em função das suas argumentações na promoção de sua Prelazia nas diversas vezes em que ele viajou para participar de seminários e conferências ou nas vezes em que viajou para os Estados Unidos e Europa para angariar apoio para o desenvolvimento de seus projetos. Parte desse material iconográfico encontra-se publicado no único livro dedicado a Dom Cândido Penso, organizado e publicado na Itália pelo Frei Reginaldo Orlandini, e editado pelo Museu de Arte Sacra da Boa Morte com o patrocínio da Telegoiás – Telecomunicações de Goiás S.A, na provável data de 1996.

Mesmo a população indígena não compondo um número expressivo de possíveis diocesanos, Cândido Penso possuía na cultura indígena um de seus grandes interesses. Podendo esse fato ser analisado pela perspectiva do interesse dele na busca “pela identidade da terra, de seus povos e de suas culturas”. E nessa busca residiu o olhar etnográfico, na análise visual que ele realizava sobre os cenários e sujeitos que ele registrava, que enriqueceu a documentação iconográfica de registro antropológico dos indígenas e comunidades ribeirinhas do Araguaia, que foi difundido nas conferências e apresentações de Dom Cândido, desmistificando a imagem do indígena brasileiro e revelando a multietnicidade existente entres as populações autóctones.

O trabalho de registro do Bispo em território indígena é um incentivo a reflexões sobre os processos de contato, representação e exposições desses sujeitos e suas culturas.

Ficha Técnica:

Equipe Auxiliares de Acervos e Exposições

Ana Beatriz da Cunha Sá

Liliane Viana Machado

Mateus Gustavo Bispo

Natália Moreira Marçal

Nayara Cristina Gonçalves Silva

Equipe de Monitoria

Wariane Machado

Auxiliar Administrativo

Rui Soares de Faria Filho

Chefe de Serviço

Luiz Otávio da Silva Pereira

Técnica em Assuntos Educacionais

Ruth Costa Vaz

Diretora Substituta

Tatielle Brito Nepomuceno

Comunidade externa

Elder Camargo de Passos

Fundação Cultural Frei Simão Dorvi

Irmandade do Senhor Bom Jesus dos Passos