Inaugurou-se no último dia 20, no Museu das Bandeiras – IBRAM/GO, a exposição temporária das peças da Coleção Galvão. A exposição é uma ação realizada pelas equipes do museu como parte da programação da 17ª Primavera dos Museus e é composta por itens de sete etnias indígenas viventes nos territórios de Tocantins e Mato Grosso. A exposição segue aberta à visitação até o dia 15 de Outubro.
A Primavera dos Museus é uma ação anual coordenada pelo IBRAM – Instituto Brasileiro de Museus, que visa mobilizar os museus brasileiros a elaborarem programações especiais voltadas para um mesmo tema, o qual é escolhido pelo próprio Ibram. O tema da 17ª Primavera dos Museus foi “Memórias e Democracia: Pessoas LGBT+, Indígenas e Quilombolas”, e aconteceu entre os dias 18 a 24 de Setembro. É importante destacar que esse foi o primeiro ano em que o tema da Primavera passou por consulta pública, e foi escolhido a partir dos temas sugeridos pela comunidade.
Os museus administrados pelo IBRAM em Goiás se organizaram para trazerem ao centro das discussões narrativas indígenas através de peças e coleções já existentes em seus acervos e reserva técnica. No Museu das Bandeiras – MUBAN, a proposta adotada é a exposição de peças do acervo parcial em reserva da Coleção Galvão, coleção pertencente à Universidade de Brasília – UNB, e do Centro Nacional de Referência Cultural – CNRC. Trata-se de um acervo etnográfico, coletado na década de 1960, sob a coordenação do antropólogo Eduardo Galvão (1922 – 1978), tendo pertencido à antiga 14ª Coordenação Regional/IPHAN/DF, e que se encontra sob custódia temporária do Museu das Bandeiras desde 1995. A coleção foi cedida ao museu com o objetivo de
“constituir o espaço de exposição e mostrar aos visitantes a contribuição sócio-cultural do indígena do centro oeste na formação étnica-histórica do povo brasileiro”.
De acordo com as fichas de inventário museológico, a coleção possui 22 itens pertencentes às etnias indígenas Krahô, Tapirapé, Waurá, Kamayurá, Kalapalo, Kayabi e Yawalapiti, povos viventes no território de Tocantins e Mato Grosso.
As informações utilizadas para a elaboração dessa pesquisa estão disponíveis através do site do Instituto SocioAmbiental, com o projeto Povos Indígenas do Brasil, desenvolvido pelo Centro Ecumênico de Documentação e Informação. Segundo as informações disponibilizadas pelo site, o conjunto das populações indígenas trabalhadas através da Coleção Galvão totalizam 8.069 pessoas, com base na contagem realizada em 2014 pelo Sistema de Atenção à Saúde Indígena – Siasi/Sesai. Conectados pelas águas do território das Terras Indígenas do Mato Grosso e Tocantins, as etnias representadas na coleção se reúnem no espaço expositivo do Museu das Bandeiras para contarem, através de itens de seus cotidianos, trechos que compõem suas histórias.
A exposição apresenta itens de povos cujas características, de base demográfica e territoriais estão sintetizadas na tabela a seguir:
Etnia | Localização | Língua | População (2014) |
Krahô | Rio Tocantins – TO | Jê | 2.992 |
Tapirapé | Serra do Urubu Branco – MT | Tupi-Guarani | 760 |
Waurá | Xingu – MT | Aruak | 540 |
Kamayurá | Alto Xingu – MT | Tupi-Guarani | 604 |
Kalapalo | Alto Xingu – MT | Karib | 669 |
Kayabi | Xingu – MT | Tupi-Guarani | 2.242 |
Yawalapiti | Alto Xingu – MT | Aruak | 262 |
Tabela síntese das características de base demográfica dos povos apresentados na exposição.
Ficha Técnica:
Equipe Auxiliares de Acervos e Exposições
Ana Beatriz da Cunha Sá
Liliane Viana Machado
Mateus Gustavo Bispo
Natália Moreira Marçal
Nayara Cristina Gonçalves Silva
Equipe de Monitoria
Alexander Arcanjo dos Santos
Isabella Neves Santos Souza
Matheus Santos Moraes
Auxiliar Administrativo
Rui Soares de Faria Filho
Chefe de Serviço
Luiz Otávio da Silva Pereira
Técnica em Assuntos Educacionais
Ruth Costa Vaz
Diretora Substituta
Tatielle Brito Nepomuceno